Anko Itosu

Sensei Yasutsune Itosu (em japonês: 安恒糸洲?), ou Anko Itosu, nasceu na vila de Yamagawa[1], em Shuri, na ilha de Oquinaua em no ano de 1831, vindo a falecer em 26 de janeiro de 1915). Foi um mestre de caratê, considerado um dos grandes precursores dos estilos modernos [2]. Sabe-se ainda que foi o General Supremo do Reino[Nt 1] quando de sua anexação ao Japão, em 1879[3].

Biografia

Nascido em 1831, no seio de uma família tradicional, Anko Itosu era uma criança de pequena estatura e retraído. Foi educado nas letras clássicas chinesas, bem como foi calígrafo naquela língua.
O mestre começou seu treiamento de caratê, que na época ainda se nomeava de To di, sob a tutela de Nagahama Chikudun Pechin. Eventualmente seus estudos de caratê conduziram-no ao [[dojo] de Sokon Matsumura. Um aspecto do treino era a makiwara.
Empregou grandes esforços para fazer de sua arte marcial aceita no Japão, o qual era muito resistivo por dois motivos, principalmente: como Oquinaua era uma ilha em sua maioria habitada por pescadores e agropecuaristas (muito distantes do ideal samurai), não era vista como origem de uma arte marcial verdadeira, e porque o To-di era fortemente influenciado pelo kung-fu chinês, era visto com preconceito no reino japonês.
Por recomendação dum grande amigo, Yasutsune Asato, mestre Itosu ocupou o cargo de secretário do último rei de Ryukyu, Sho Tai, até a deposição daquela linha dinástica, em 1879, pelo Japão[1]. Após a anexação, buscou a paz e colaborou com o imperador Meiji.
Posto que tenha (de certa forma) fracassado no intuito de difundir o caratê por todo o Japão, suas ideias floresceram e vingaram depois com seus discípulos, diretos e indiretos. Teria sido do meste Itoso a alteração do nome To-di (mão chinesa) para kara-te (mão vazia), a qual foi levada a termo pelo mestre Gichin Funakoshi, logrando êxito na difusão da arte, não só no Japão mas no mundo inteiro[4].

Estilo

Investigando o caráter de Itosu, descobre-se que ele foi uma espécie de figura paterna para os seus alunos, enquanto que, fisicamente, possuia um peito largo como um barril, tinha uma longa barba e possuia uma grande força interior. Itosu era imensamente cauteloso, reservado e mantinha em seu dojo em Kubagawa uma disciplina espartana. Dentre seus amigos, Anko Asato (um mestre de ti e brilhante espadachim) achava que as mãos e os pés deviam ser como lâminas e que o contato com o oponente devia ser evitado a qualquer custo. Itosu, no entanto, achava que o corpo não precisava ser tão móvel, mas capaz de absorver os mais duros golpes. Choshin Chibana costumava dizer que Itosu tinha um soco muito potente, mas que Sokon Matsumura falava para ele que, apesar de ter um soco poderoso, não era capaz de atingí-lo.

Discípulos, alunos e legado

Anko Itosu faleceu em 1916 aos 85 anos, mas deixou para trás uma impressionante lista de discípulos que, a seu tempo, realizaram o seu sonho. Dentre os nomes mais famosos estão: Kentsu Yabu (1866 - 1937); Gichin Funakoshi (1868 - 1957); Chomo Hanashiro (1869 - 1945); Choshin Chibana (1885 - 1969) — fundador da linha Kobayashi Shorin-ryu; Kenwa Mabuni (1889 1952) — fundador do estilo Shito-ryu.
O mestre criou e difundiu a série Pinan/Heian de katas, como forma de promover um aprendizado mais natural e paulatino da arte marcial, pois entendia que o método corrente, com kata muito complexo, era difícil de ser aprendidos por crianças, principalmente. Credita-se a ele também o desmembramento do grande kata Nainhanchi em três formas menores. Em 1908, Itosu escreveu Tode Jukun, os Dez Preceitos do Caratê.[carece de fontes?]